Investir em empresas globais deixou de ser uma realidade distante para os brasileiros. Com a popularização dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts), investidores pessoa física aram a ter o às maiores companhias do mundo sem sair da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Esses ativos representam certificados representativos de ações emitidas no exterior e permitem diversificar a carteira com nomes consolidados nos mercados internacionais.
Alguns BDRs famosos que investidores encontram para investir são: GOGL34 (Alphabet), M1TA34 (Meta), AMZO34 (Amazon) e AAPL34 (Apple). Assim como esse, diversos outros produtos estão disponíveis para negociação na B3.
Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
O que são BDRs e quais os tipos existentes
Os BDRs são certificados emitidos no Brasil que representam ações de companhias estrangeiras. Eles espelham o desempenho do ativo subjacente, ajustado por variação cambial, refletindo seu preço e suas variações cambiais. Estão disponíveis para negociação na B3, da mesma forma que as ações de empresas brasileiras.
Existem dois tipos principais de BDRs:
Patrocinados
Emitidos com participação da empresa estrangeira. São divididos em três níveis:
- Nível I: negociados apenas no mercado de balcão ou na B3, mas com menor exigência de informações regulatórias. São os mais amplamente negociados na B3.
- Nível II e III: exigem mais transparência e registros na CVM. O nível III permite oferta pública e é mais raro.
Não patrocinados
Emitidos por uma instituição depositária brasileira, sem envolvimento direto da companhia estrangeira. São amplamente negociados na B3, principalmente os de nível I.
Por que considerar investir em BDRs
Entre as principais vantagens está a possibilidade de diversificar geograficamente a carteira, reduzindo a dependência da economia brasileira. Além disso, os BDRs permitem exposição a setores pouco representados na B3, como tecnologia e consumo global.
Outra vantagem é a praticidade. Como os BDRs são precificados e negociados em reais, não há necessidade de abrir conta no exterior nem de lidar diretamente com câmbio. Eles também seguem as regras da B3 quanto à liquidez, tributação e operação.
Além disso, investir em BDRs é considerado algo que traz mais segurança financeira (ou maior proteção do patrimônio) por muitos especialistas. Isso porque os ativos com exposição internacional tendem a oferecer maior proteção cambial, já que não fica vulnerável às oscilações da economia doméstica, como altas inflacionárias e crises que desvalorizam o real.
Quais são os riscos de investir em BDRs
Por outro lado, é preciso considerar alguns riscos. A cotação dos BDRs depende da variação da ação no mercado internacional e da flutuação do dólar. Portanto, mesmo que a ação da empresa suba lá fora, o BDR pode cair se o real se valorizar.
Em resumo, há dois riscos específicos associados aos BDRs. O primeiro é o de haver queda nos preços das ações, o que pode ser consequência de uma série de fatores internos das empresas e dos seus respectivos setores de mercado, ou de desafios políticos e econômicos da região onde ela atua.
O segundo principal risco é a de queda do dólar em relação ao real, pois isso também pode enfraquecer os resultados do investimento, ao contrário do que muitos imaginam. Quedas na moeda podem ser geradas a partir de uma diversa gama de motivos e é preciso estar atento ao impacto específico que essa ocorrência causa nas suas aplicações.
Como investir em BDRs na prática
Para investir em BDRs, é necessário ter conta em uma corretora que ofereça o a esses ativos. Após isso, basta buscar pelo código desejado. O valor mínimo de patrimônio varia de corretora para corretora.
Algumas das corretoras preveem cobrança de taxas e oferecem aplicativos em que é possível fazer transações de câmbio de forma imediata. Exemplos de códigos incluem AAPL34 (Apple), AMZO34 (Amazon), DISB34 (Disney), TSLA34 (Tesla) e META34 (Meta/Facebook).
As operações têm custos semelhantes aos das ações brasileiras, como corretagem (quando houver) e taxa de custódia, além da tributação sobre ganhos de capital. Não há isenção para vendas mensais abaixo de R$ 20 mil, como ocorre com ações. Portanto, o investidor deve considerar isso no planejamento tributário.
Algumas plataformas facilitam esse processo ao oferecer recursos como filtros por setor, acompanhamento em tempo real e informações consolidadas. Elas facilitam o acompanhamento do desempenho dos BDRs e da carteira como um todo.
Conhecimento e disciplina são essenciais
Como em qualquer investimento, o conhecimento e o planejamento fazem a diferença. Embora o o aos BDRs tenha se tornado mais simples, a performance do investimento depende diretamente do nível de conhecimento e da análise crítica do investidor e disciplina. Como representam empresas globais, é importante acompanhar relatórios de desempenho, estratégias de mercado e indicadores financeiros.
O investidor precisa ter consciência da importância de ler sobre as ações e entender as tributações envolvidas (inclusive as mudanças que o investimento terá sobre a declaração de Imposto de Renda). Pedir ajuda de especialistas antes de tomar decisões é prudente.
Além disso, é fundamental entender que os BDRs estão sujeitos a fatores externos, como política monetária nos Estados Unidos, regulações internacionais e guerras comerciais. Portanto, a volatilidade pode ser maior que a dos ativos nacionais.
Antes de investir, avalie o seu perfil de risco e o papel que os BDRs vão cumprir na carteira. Eles podem ser uma excelente ferramenta para diversificação e exposição global, desde que inseridos de forma coerente dentro de uma alocação diversificada.